::: Quadro Diretor da Bienal Música Hoje

Curitiba é um importante centro de movimentação de arte e música nova, com um grande número de compositores em atividade; vários deles iniciaram suas atividades na cidade, porém hoje atuam profissionalmente em diversos lugares do mundo.

Contextualizar a produção local em um ambiente profissional internacional, trazendo para a cidade músicos de destaque com um repertório esteticamente arrojado, impulsionará a região ainda mais no circuito internacional da música contemporânea através de trocas de ideias, experiências, assim como da vivência real desta música riquíssima, ainda que  pouco divulgada no Brasil.

Acrescentando o aspecto didático, Curitiba possui quatro faculdades com graduação em música: a Escola de Música e Belas Artes, a Universidade Federal do Paraná, a Faculdade de Artes do Paraná, e a Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Nas três instituições, os alunos possuem uma reduzida vivência em música contemporânea.

Ademais, a realização concomitante e vinculada da Bienal Música Hoje e do Seminário de Inverno de Música Contemporânea em Curitiba visa sanar um problema comum na realização de festivais e bienais, a saber, a transitoriedade imanente à natureza destes eventos: corre-se sempre o risco de, após terminado o evento, não haver transformação na cidade, e nenhuma produção de conhecimento de médio e longo prazo.

Semelhantemente, a realização de seminários e simpósios acadêmicos correm sempre o risco de serem endógenos da comunidade acadêmica, com pouca permeabilidade para a comunidade em geral. A realização de um evento acadêmico vinculado a uma Bienal aberta ao grande público e de grande visibilidade na mídia especializada e geral realiza, de fato, a integração entre Pesquisa e Extensão que está no lastro fundador do conceito de Universidade e ensino superior.

A mistura singular entre grupos, professores e palestrantes internacionais e nacionais com o que há de mais relevante no campo da produção musical e científica do gênero em Curitiba, em um evento aberto a alunos das mais diversas origens, coloca o Seminário de Inverno como uma encruzilhada seminal, um ponto de encontro privilegiado para a pesquisa em música nova.